terça-feira, 6 de setembro de 2011

Negócios por explicar

Depois de fechar o período de transferências, vamos ver alguns negócios que não ficaram muito claros:

Porto 
Falcao/R.Micael: Se a venda de Falcao por 40M€ (+7M€), apesar de ser abaixo da claúsula, ser uma excelente venda, não se percebe muito bem a de Rúben Micael por 5M€. É verdade que, em princípio, não teria muitas hipóteses de jogar e num ano de Europeu, isto adquire especial importância. Mas o Porto sempre conseguiu vender bem os seus jogadores e este parece fugir à regra. Ainda por cima, vende ao Atlético de Madrid que empresta ao Saragoça (na hora). Porquê ao Saragoça? Qual é o papel do Atlético nesta transferência? E para o ano, o que acontece ao jogador? Nota: ambos os jogadores são representados pela Gestifute (Jorge Mendes).

Benfica 
Roberto: Chegou como uma contratação de peso na época passada (pelo valor envolvido na transferência), mas depois de más exibições e de 3 guarda-redes contratados, o Benfica decidiu vender o jogador ao Saragoça (mais uma vez o clube envolvido) por uma quantia 100 mil euros superior ao valor pelo qual foi adquirido. Por ser estranho, a CMVM pediu esclarecimentos e a única coisa que ficamos a saber é que foi um fundo que pagou (ou a CMVM teve mais informações e não foram divulgadas ou é estranho que se tenha contentado com «foi um fundo»). Qual o interesse do fundo neste negócio? Afinal, quanto é que o Benfica recebeu por Roberto? Se foram os tais 8,6M€, não vejo como é que o fundo pode recuperar o dinheiro (e o interesse até seria ter lucro). Nota: o jogador é representado pela Gestifute e o dito fundo tinha participação do "super-agente".

Sporting 
Insúa: Não conseguiu ganhar um lugar no Liverpool, nem no Galatasaray, mas sempre mostrou potencial. Sporting apostou nele e assinou um contrato de 5 anos. Carlos Freitas disse que o jogador chega a custo zero e as contas com o Liverpool se «ajustam mais tarde». Também se falou num pagamento dependente do número de jogos em que o atleta estivesse envolvido. Estamos a falar de que valores? Quando é esse mais tarde? Se for quando o Sporting estiver prestes a vender o jogador, será complicado, porque se o jogador evoluir o for vendido por uma boa quantia o Liverpool certamente que exigirá uma boa fatia do bolo. 
Postiga: Num Sporting sem referências no centro do ataque, era Postiga quem venha a desempenhar essa função. Não é finalizador, mas é muito bom a fazer jogar a equipa. No entanto, no último dia de mercado é vendido por 1M€ ao Saragoça. Porquê? Havia algum negócio em vista que depois não foi conseguido? Já estava planeada a saída de Postiga? Será que Domingos foi avisado destas negociações? E será que deu o aval? Nota: Este jogador é representado pela Gestifute.

Braga 
Juan Carlos Pérez: Não há muito a dizer deste negócio, porque pouco é conhecido. O que se sabe é que chegou da equipa de reservas do Real Madrid (Castilla) e seguiu para... Saragoça (não seria de esperar?). Fala-se em 2,5M€ que o Braga terá desembolsado pelo jogador. Não é um pouco estranho o desfecho do reforço mais caro do Braga? Mais uma vez Saragoça, porquê? Qual é o interesse de todas as equipas portuguesas em negociar com essa equipa? Será que Jorge Mendes esteve, mais uma vez, envolvido?

Conclusão
Ainda não li o que a FIFA propõe nos regulamentos para o Fair-Play financeiro, mas era bom que obrigasse os clubes a tornarem mais claros estes negócios, nomeadamente com a apresentação de valores transaccionados, cláusulas referentes às performances, comissões para agentes e mesmo salários dos atletas (sei que invade a privacidade do atleta, mas pela clareza no futebol, não devia ser um problema e tanto quanto sei, na NBA, por exemplo, os salários são públicos).

PS: Só queria selecionar um caso por equipa, mas não conseguia escolher entre o Insúa e o Postiga, por isso, decidi por os 2. Também aproveito para dizer que não tenho nada contra o Jorge Mendes, a Gestifute ou o Saragoça. Só acho estranho que sejam nomes comuns em negócios mal explicados.

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